Hoje em dia já ninguém lá vai, aquilo está cheio de gente

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A Tocar

Publicado em 19/12/2021

Já tinha escrito que tem sido um objectivo, ter o melhor som possível e divertir-me, pasmar-me, alegrar-me, entristecer-me e emocionar-me a ouvir música. E tenho conseguido. Acho que vou actualizar este texto no fim de cada ano se existir algo de novo.
A grande alteração aqui são os monoblocos T+A M 40 HV, duas peças com um design industrial incrível e um som a condizer. São uma edição de 40º. aniversário da T+A, que diz “One thing we have learned in our forty-year history is that the world of electro-acoustics does not permit a single perfect solution to all requirements; instead every overall design philosophy offers its own strengths and weaknesses.” — uma grande verdade que, por vezes à minha custa, já aprendi. O andar de entrada destes monoblocos é a válvulas, um som que cada vez gosto mais. Sinto falta dos vuímetros do T+A A 3000 HV e PS 3000 HV, mas paciência, nunca se pode ter tudo.
Como no texto anterior referi American III: Solitary Man de Johnny Cash, resolvi colocá-lo a rodar outra vez e claro, quando se pensa que já se atingiu o limite, os discos pretos ainda dão mais. E continuam a dar. É uma qualidade impossível.
No próximo ano vou-me dedicar aos cabos, incluindo talvez passar as colunas para bi-cablagem. Quero substituir todos os cabos de corrente Oyaide que não gosto por serem tão rígidos que não têm flexibilidade nenhuma. Não espero grande coisa em relação ao som, mas tudo conta! Vou apostar na Esprit — “l’emotion française” —, do que já experimentei e tenho, gosto muito, qualidade irrepreensível.
E o principal objectivo é um leitor de CD, que pode ser o multiformato T+A MP 3100 HV ou outro do mesmo calibre, não faço questão que seja T+A, faço questão que toque o melhor possível — pode ser Soul Note ou Luxman, ou outro. Se calhar gostava era do T+A SDV 3100 HV que substituiria o T+A P 3000 HV e resolveria tudo o que fosse digital. Teria depois de juntar o transporte T+A PDT 3100 HV, um caso a pensar.

A tocar actualmente:

  • Gira-discos Technics SL-1000R
  • Shell DS Audio HS-001
  • Célula DS Audio DS 003
  • Turntable-sheet BR-12 Oyaide
  • Pré-amplificador Phono Soulnote E-2
  • Cabo XLR Chord Reference
  • Pré-amplificador T+A P 3000 HV
  • Cabo XLR Esprit Audio Eterna
  • Amplificador Mono T+A M 40 HV (x2)
  • Cabo de coluna Kimber Monocle XL
  • Colunas Raidho TD 3.8

+

  • Regenerador de corrente Torus Power RM 16 CE
  • Cabos de corrente Oyaide e T+A (vários)
  • Máquina de limpar vinil Pro-ject VC-S2 Alu
  • Clamp Pro-ject ‘Record Puck’

A Tocar

Publicado em 22/10/2021

Tem sido um objectivo, ter o melhor som possível e divertir-me, pasmar-me, alegrar-me, entristecer-me, emocionar-me, a ouvir. E tenho conseguido. O último salto foi impossível de tão bom ao adicionar o Technics SL-1000R que para mim é uma referência absoluta em gira-discos independentemente do preço, ao que se juntou a célula DS 003 da DS Audio que na minha opinião acima só tem a Grand Master (por uns 12.000,00€) que também independentemente do preço, não tem paralelo em nenhuma outra célula de nenhuma outra marca, pela simples razão de ter uma tecnologia que pura e simplesmente desintegra completamente as bobines MM e MC utilizadas até agora. Como senão bastasse, adicionei o pré-amplificador/descodificador Soulnote E-2 que por sua vez obliterou completamente o da DS Audio dedicado à DS 003, foi uma completa surpresa, apesar de mais alguns milhares de euros acima, estas coisas raramente são melhores e mais baratas.
Hoje foi noite de mais umas afinações no Technics SL-1000-R e DS 003. Se nas colunas que tenho todos os centímetros contam, no gira-discos todas as décimas de milímetro e de grama contam. Um cabelo para a direita ou esquerda torna-se numa diferença notória. E se já tocava bem, agora toca super-bem. Ainda mais detalhe, mais micro-sons, ainda mais clareza, mais cristalino, ainda mais precisão.
Estou a ouvir pela primeira vez no sistema os discos de Johnny Cash American Recordings e a única descrição que me ocorre é fantasmagórico. A qualidade de gravação é fora das tabelas e o nível de detalhe que a DS 003 vai desencantar no fundo dos sulcos é inacreditável. O disco American III: Solitary Man, talvez o que mais gosto, coloca o Johnny Cash inequivocamente na minha sala, a cantar para mim, guitarra na mão, quase que lhe consigo adivinhar a idade pela profundidade da voz. É extraordinário.

A tocar actualmente:

  • Technics SL-1000R
  • DS Audio HS-001
  • DS Audio DS 003
  • Soulnote E-2
  • Cabo XLR Chord Reference
  • T+A P 3000 HV
  • Cabo XLR Esprit Audio Eterna
  • T+A A 3000 HV
  • T+A PS 3000 HV
  • Cabo de coluna Kimber Monocle XL
  • Raidho TD 3.8
  • +
  • Torus Power RM 16 CE
  • Cabos de corrente Oyaide e T+A (vários)

Esprit Audio — Beta

Publicado em 17/05/2021

Mais uma experiência com cabos que acabou com algo em que eventualmente acreditava. No caso, a minha ideia de ter todos os equipamentos ligados com Tellurium Q. Antes de juntar a fonte de alimentação suplementar T+A PS 3000 HV ao meu amplificador T+A A 3000 HV, tinha este último ligado ao prévio T+A P 3000 HV através de cabos XLR Chord Reference de um metro — comprimento que deixou de ser suficiente. Ficaram aqui emprestados uns Audioquest de baixa gama também XLR.
Entretanto, tinha a ideia de comprar Tellurium Q Black Diamond para praticamente tudo, mas especialmente nestas coisas e principalmente quando se começam a tornar muito dispendiosas, o melhor é ouvir no nosso sistema existindo essa possibilidade. Entretanto, surgiram uns outros cabos de uma marca desconhecida para mim, a Esprit Audio, de França (Ultimate Audio). Havia disponível um conjunto RCA da gama baixa Beta e liguei-os. Nos primeiros acordes, os Audioquest foram imediatamente arrumados para devolver, nem vale a pena voltar a falar do assunto.
Também estavam disponíveis uns Tellurium Q da gama equivalente à Beta — a Ultra Black II. E resolvi experimentar. Como é fastidioso ligar e desligar cabos constantemente, ouvi uma hora com Beta e depois outra com Ultra Black II, e a primeira impressão foi que são completamente diferentes. Os Ultra Black II mais retraídos, mas também menos brilhantes e sibilantes, nada de necessariamente negativo, uma questão de gosto e pareceu-me gostar mais dos Esprit Beta. O choque foi quando os liguei novamente e voltei a ouvir a mesma música que tinha acabado de ouvir com os Tellurium Q… foi o exacto efeito de retirar um pano de cima das colunas e tenho também a referir, não muito fino. E é apenas uma interligação, entre amplificador e pré-amplificador, nem imagino o que será trocar os cabos todos de uma vez! Mas imaginava — antes —, que não devia haver tanta discrepância.
Em termos de construção (inspecção visual), a Esprit também tem muito melhor aspecto, são mais pesados e parecem de facto melhor construídos e fabricados com melhor material.
Vai estar disponível um conjunto XLR Esprit Eterna em breve e espero maravilhas. Agora os meus cabos preferidos são os Esprit e até estou a pensar em desistir dos de corrente da Oyaide.
Já está tudo perigosamente para lá do que gostaria de gastar em cabos, mas começo a achar que se ouço, tenho de pagar. A minha esperança é sempre não ouvir diferença nenhuma, está difícil.

Oyaide Tunami GPX-Re

Publicado em 07/03/2021

Na alta fidelidade… vou dizer high end, nada me intriga mais que os cabos de corrente. Não consigo entender como a partir do momento que as necessidades de potência são satisfeitas, pode fazer a mínima diferença aquele último metro e meio — há quem diga que é o primeiro, do ponto de vista do componente —, depois de quilómetros de cabos para fazer chegar a electricidade a nossa casa, ou centenas de metros de fio de cobre nas nossas próprias instalações eléctricas. E não vejo explicações em parte nenhuma. A juntar a isso, há a utilização de power plants ou as fontes de alimentação super-elaboradas dos equipamentos propriamente ditos, que teoricamente deveriam tratar de qualquer problema com a corrente. Mas não, parece que o cabo é super-importante e eu próprio já ouvi diferenças de assinatura sonora que não entendo.

Liguei o cabo Oyaide Tunami GPX-Re à fonte de alimentação da parte analógica do meu pré-amplificador T+A P 3000 HV (sim, utiliza dois cabos) e a única coisa que posso comentar é que pior não toca do que com um cabo T+A com fichas Oyaide P-037e/C-037. (Convém também salientar que a corrente não vem da parede mas sim de um Torus Power RM 16 CE.) Mas toca melhor? Francamente, não noto. Os discos que utilizei foram os seguintes (desisti cedo do Jackie McLean e ouvi só os três restantes):

  • Cassandra Wilson, Glamoured, Blue Note ‎B0029414-01
  • Jackie McLean, It’s Time!, Blue Note ‎B0031655-01
  • Trentemøller, The Last Resort, Poker Flat Recordings ‎PFRLP18
  • Dead Can Dance, Spiritchaser, Mobile Fidelity Sound Lab ‎MOFI 2-002

Lembrei-me de ligar o cabo ao pré-amplificador phono (Clearaudio Balance +), desta vez a substituir um cabo preto vulgar de origem. Aqui sim, há diferenças audíveis, ao nível daquelas melhorias incrementais que podem no fim constituir um grande sistema, dentro da filosofia de tudo conta. Por fim, resolvi voltar a ligar o Tunami GPX-Re ao T+A e ligar o cabo T+A/Oyaide ao Clearaudio e foi a melhor combinação. Principalmente a Cassandra Wilson, mais presença e solidez, mas definição e mais detalhe. O palco acompanhou as mudanças mantendo-se sempre inalterado, não é uma coisa má porque já é um palco de alto nível, mas o facto é que este cabo não o melhora.
O problema destes testes é que eu tenho fraca disciplina. Facilmente me maravilho com o que estou a ouvir e ando por todo lado — e agora este disco, agora aquele disco e lá se vai o teste. E foi o que aconteceu.

Passado um dia ou dois…

Comprei um cabo Oyaide Tunami com fichas C-079/P-079e (podia ser o cabo do título, mas este conjunto fica por melhor preço e já estava a gostar das fichas da gama abaixo P-037e/C-037) e trouxe emprestado um Tellurium Q Silver (como habitualmente Ultimate Audio) que utiliza fichas Furutech.
Ligado o primeiro ao pré-amplificador, algo melhora e seguidamente o Tellurium Q Silver não apresenta diferenças significativas. A mesma ordem no pré-amplificador phono, gostei do Oyaide, do Tellurium Q Silver nem por isso. A música perdeu força no disco Spiritchaser, o que para não variar me espantou. Primeiro porque será cabo para custar o triplo, segundo, porque não entendo estas diferenças numa secção do sistema onde nem sequer existe som a passar. Depois de trocar várias vezes, não tive dúvidas, a música retrai-se, de tal forma que fui buscar o meu multímetro (toda a gente tem um!) para verificar se a voltagem correcta estava a passar. Estava. Não percebo.
Para não variar indisciplinei-me e para a confusão, noutros discos as diferenças não são assim. Tocam igual ou com algum refinamento maior relativamente ao Oyaide. De uma forma ou de outra, de forma nenhuma a justificar a diferença de preço.
Por fim, descobri que estes cabos apesar de substanciais encaixam no gira-discos Technics SL-1200GR e experimentei o Oyaide Tunami GPX-Re, não registo diferenças relativamente ao cabo de origem. Mesmo assim devo ligar um cabo Oyaide Tunami com fichas C-079/P-079e para ficar tudo igual e seguindo a filosofia que mencionei anteriormente: Tudo conta.

Conclusão…

O cabo T+A com fichas Oyaide P-037e/C-037 já está num nível muito apreciável para mim. O Oyaide Tunami com fichas C-079/P-079e ainda melhora bastante principalmente ligado ao pré-amplificador phono Clearaudio. O Tellurium Q Silver, meh. Lendo as críticas (Hi-Fi+), é uma coisa de mudar a vida de uma pessoa, mas a minha não mudou, foi uma desilusão — e estou a planear as interligações todas com cabos Tellurium Q, terei de ouvir antes — “a ver” se não me engano muito. Eu sei que tenho um bom sistema neste momento, muito bom dirão alguns, com fortes possibilidades de se tornar excelente em breve. Já aprendi há muitos anos que o óptimo é inimigo disso tudo. Para cabos de corrente, parece-me que estou servido.