Hoje em dia já ninguém lá vai, aquilo está cheio de gente

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T+A P 3000 HV, Room Correction

Publicado em 21/07/2022

Já antes tinha decidido começar a utilizar a electrónica do pré-amplificador T+A P 3000 HV e calibrei de ouvido, com a ajuda de um CD fornecido. Mas desta vez, com ajuda de amigos, tive a oportunidade de calibrar via microfone e um computador (dois na verdade, um Mac e um PC). Nesta sala meros centímetros fazem diferença e a posição do microfone alterada meros centímetros dá resultados díspares. A minha calibração funcionava, mas fiquei longe desta precisão que ainda estou a avaliar em termos sonoros — mas a gostar (neste momento toca Sunda Arc, Tides).
Fiquei satisfeito porque andei imensas vezes com as colunas para trás, para a frente e para os lados (com 75Kg cada), às vezes um ou dois centímetros; e também mudei a posição de audição diversas vezes. E chegamos à conclusão que ouço no local da sala com menos graves — ou seja, exactamente que é desejável neste caso. Achei incrível isso.
Entretanto…
Acrescentei +2,5db em todos os parâmetros (ou seja, se estivesse -10db, passou a -7,5db) e francamente acho que toca mesmo bem. Sem as frequências que por aqui andavam perdidas sem ter para onde ir, todo o detalhe sobressai de uma forma muito imediata e natural.
Portanto…
Depois de muitos discos de várias correntes musicais, sei que o sistema nunca tocou melhor. Está verdadeiramente a brilhar, o que é bizarro porque já disse isso várias vezes. Julgo que a instalação dos cabos Esprit ao dar mais de tudo, veio alterar um som a que eu já me tinha habituado. O mais de tudo, revelou-se inclusivamente demais para a sala, principalmente ao nível do problema habitual que são os graves e é aqui que entra a correcção permitida pelo T+A P 3000 HV. Uma grande diferença que vale a pena explorar por quem tiver essa possibilidade. É mais evidente a cada dia que passa e que mais sei sobre Hi-Fi, a sala é metade do som.
Mas depois…
Em vez de acrescentar +2,5db, acrescentei +5,0db. Com excepções: Nos 180Hz não acrescentei nada, ficou com -2,5db; nos 100Hz acrescentei apenas +2,5db. Toca bem para o meu gosto (daí não utilizar integralmente os valores resultantes do software T+A), melhor do que isto, não consigo.

Noite de Música

Publicado em 13/07/2022

Technics SL-1000R

Technics SL-1000R com a fabulosa DS Audio 003 e T+A M 40 HV.

Comecei com Esther Marrow, Sister Woman (1972), reedição incrivelmente boa da Craft e na mesma linha passei para Cleo Sol, Mother (2022). Dois discos separados por 50 anos, espantosamente bonitos, repeti várias músicas, diversa vezes. E depois, Jungle. Primeiro For Ever e por fim Loving In Stereo. Brutal. Os quatro discos são para ouvir na íntegra e repetidamente.
Perdi mais uma excelente oportunidade para me deitar cedo… Ainda ouvi Michael Kiwanuka, Love & Hate (2016), Há um fio conductor, porque dos discos depois de Esther Marrow, o produtor é sempre Dean Josiah Cover, mais conhecido como Inflo.

L’Émotion Française (again)

Publicado em 27/05/2022

Esprit Eterna

Esprit Eterna.

Esprit Gaïa

Esprit Gaïa.

As colunas estiveram ligadas com dupla cablagem — Esprit Eterna e Kimber Monocle XL (se acham uma combinação estranha, é porque é) e chegou a altura de experimentar os cabos Esprit Eurêka e Gaïa em substituição dos Esprit Eterna. E voltei apenas aos Kimber Monocle XL, a dupla cablagem não convenceu..
Os Esprit Eurêka ligam o Soul Note E-2 ao T+A P 3000 HV. Os Esprit Gaïa ligam o T+A P 3000 HV aos T+A M 40 HV.
E comecei com Sarah Jaroz, Build Me Up From Bones e Ali Farka Touré com Ry Cooder, Talking Timbuktu. E sim, é diferente… É um paradoxo, é como se o som fosse mais integrado, quando ao mesmo tempo estão todos os seus componentes mais definidos. A minha primeira impressão foi que ia ter demasiados graves, mas não. Tenho mais de tudo e isso de alguma forma equilibrou e unificou o conjunto.
Depois disso já ouvi The Doors, L.A Woman Sessions e nas duas primeiras versões de The Changeling, que bateria super-tensa, bastante impressionante, é como lá estar. (É uma caixa incrível.)
Entretanto, decidi ficar com os cabos: O TAC Esprit Eterna, o XLR Esprit Eurêka e o XLR Esprit Gaïa. E ainda tenho um outro XLR Esprit Eterna, para quando substituir o leitor de CD.
Decidi começar a utilizar a electrónica “room correction” do T+A P 3000 HV, porque por muito bem que toque, a sala tem limites muito bem definidos e os discos são todos diferentes — e a verdade é que demasiados para o meu gosto realmente começaram a exibir demasiados graves. E melhorou completamente, calibrado de ouvido, brevemente vou utilizar um computador e um microfone USB — até estou curioso para saber se andei muito longe do ideal possível.
Os discos novos, já se sabe, tocam incrivelmente bem, mas não os ouvi nas anteriores condições. Onde os cabos começaram realmente a brilhar foi quando comecei a passar discos com três ou quatro anos. Que diferença. Voltou a sensação de ouvir os discos pela primeira vez. O detalhe e a resolução estão agora fora das tabelas. É espantoso. Por exemplo estou a agora ouvir An Evening With Emiliana Torrini & The Colorist Orchestra, um disco ao vivo que já não ouvia seguramente há dois anos. E para mim, é um disco novo, é como se nunca o tivesse ouvido antes.
Por fim uma nota para a embalagem destes cabos super-caros: Ridículo. Se é para justificar o preço fazem um péssimo trabalho. É um desperdício incompreensível de recursos e dinheiro.

T+A M 40 HV

Publicado em 22/12/2021

T+A M 40 HV T+A M 40 HV

E acabei o ano a trocar o amplificador T+A A 3000 HV e a fonte de alimentação T+A PS 3000 HV por dois monoblocos T+A M 40 HV. Não me vou debruçar sobre questões técnicas, cada um pesa 52Kg e tem dois amplificadores que trabalham em conjunto, o andar de entrada é a válvulas e de saída (potência) é de estado sólido. Estão indicados 550W sobre colunas de 8 ohms e têm dois modos de funcionamento, High Power e High Current. Eu tenho no modo High Current que basicamente é classe A pura até 60W o que é mais do que suficiente, a música mesmo a elevado volume acaba por se passar toda entre 1W e 10W.
Não sei, talvez me tenham feito uma proposta que eu não pude recusar… Intrigava-me o que ainda poderia melhorar na minha sala com notórios limites e agora intriga-me onde acaba. Parece-me que se continuar a atirar dinheiro para cima da aparelhagem, não há limite para nada, para a sala, para os meus ouvidos, para os próprios discos… Como é possível que os discos ainda tenham tanto por revelar nesta altura? Não entendo. Já entendi que as colunas Raidho TD 3.8 devoram tudo que lhes dê e quanto melhor for, melhor tocam, se têm limite ainda está longe. Mas todo o conjunto, francamente, não esperava que tocasse tão acima do que já tocava incrivelmente bem. É completamente diferente.
Não sendo solução para todos os discos (que não existe), agora a presença dos interpretes é surreal — estou a ouvir Soul Journey de Gillian Welch e a palavra é mesmo essa. Os graves, sempre um potencial problema, ainda mais profundos mas também mais seguros e controlados. O conjunto é mais uniforme o que parece contraditório com ainda mais precisão, ainda mais separação, que é em muitas instâncias verdadeiramente inacreditável e no entanto, tudo soa mais natural. Já cá veio um amigo relativamente habitual e mal pousei a agulha a primeira vez, disse que se ouve uma diferença brutal para a última vez (no caso dele ainda sem o Technics SL-1000 R e estes T+A M 40 HV). Diz ele que a diferença entre uma muito boa aparelhagem e o high-end é o que agora se ouve aqui, a sensação de estar na mesma sala com os músicos e os cantores. Estou mesmo satisfeito.