Não podemos mudar a nossa natureza — suspira ela. — As pessoas são como são.
—Susan Taubes, Divórcio, Cavalo de Ferro, 2022 (1969)
Não podemos mudar a nossa natureza — suspira ela. — As pessoas são como são.
—Susan Taubes, Divórcio, Cavalo de Ferro, 2022 (1969)
— … o terrível sentimento de culpa que aquela pobre mulher sofre!
— Uma galdéria — exclamou ela —, mulheres assim já existiam antes de Freud e de toda a sua conversa fiada sobre complexos e compulsões. Não é nada de novo; uma mulher mimada, uma mulher vaidosa, uma mulher egoísta que usa um homem e faz dele um palerma; (…)
—Susan Taubes, Divórcio, Cavalo de Ferro, 2022 (1969)
O que era simples tinha de ser velado; querendo ser mais do que seu amante, ele desempenhava esse papel com um toque de teatralidade afectuosa. O afecto era verdadeiro e ela tinha de proteger-se dele, de evadir-se num egoísmo falso, fingindo por ambos que deixara a pessoa real para trás antes até de ser apanhado o avião para Paris. Todo esse tempo, os olhos de um e de outro não deixavam de dizer: Estamos apenas a fazer de conta que estamos a fazer de conta. A verdade misturada com a mentira, não podia ser de outra maneira, ambos sabiam, sem saber em que pé estavam; (…)
—Susan Taubes, Divórcio, Cavalo de Ferro, 2022 (1969)
Uma outra carta dele, na volta do correio — com “… ignora a primeira, escrita num acesso de loucura”, mas dizendo essencialmente o mesmo —, ela abriu-a de saída do prédio e leu-a enquanto descia a passos largos o bulevar. A primeira carta fê-la chorar. A segunda fê-la rir.
—Susan Taubes, Divórcio, Cavalo de Ferro, 2022 (1969)