Amplificador integrado a válvulas Aries Cerat Genus 845. Na Ultimate Audio.
Amplificador integrado a válvulas Aries Cerat Genus 845. Na Ultimate Audio.
Cubro a cara com as mãos. Tudo o que estava a ouvir me dava vontade de cobrir a cara com as mãos e com razão. Por todas as notas e sons que nunca ouvi durante estes anos todos.
Com o filtro de corrente Nuprime Pure AC-4 a qualidade do som deu um salto impossível, estava curioso para saber se ainda melhorava com o regenerador de corrente Torus Power RM 16 CE — emprestado pela Ultimate Audio —, uma máquina bastante mais substancial. Enorme mesmo, com 54Kg, apesar de boa construção, uma caixa preta sem qualquer característica especial e apenas um grande interruptor azul no painel frontal. Nem uma informação sobre o que se está a passar, ao contrário do Nuprime com os seus números excessivamente luminosos.
A tocar em comparação directa com o Pure AC-4 ligado com um cabo Oyaide Tunami GPX-Re, bate-o sem apelo nem agravo. Lá se foi o salto impossível! Como é possível algo que só manipula a corrente de entrada, ter este efeito tão profundo no som? Não percebo. Explicações científicas são esparsas, na alta fidelidade o esoterismo ainda é o que era. Mas mais uma vez, mais de tudo, logo a começar pela definição e detalhe, seguida de ar em volta dos intérpretes. Palco profundo, uma presença inacreditável das vozes e se já havia silêncio, há mais. Se já havia solidez, agora é maciça. E há mais sons, alguns subtis, outros não. O detalhe agora é tanto que nem se pode dizer apenas que toca tudo melhor, a diferença é entre lá estar ou simplesmente não estar e nunca sequer ter existido para mim. É de ficar pasmado.
Coloco o “Love Letter for Fire” (vinil) de Sam Beam e Jesca Hoop e é um exemplo acabado do que acabei de escrever: De onde saíram todos estes sons? É outro disco. Cigarettes After Sex homónimo (vinil), o primeiro álbum, com tanto de calmo como de problemático nos graves — agora sem qualquer problema e com os graves controlados, sobressai a música e o timbre peculiar da voz… é outro disco. O RM 16 CE é uma discografia toda nova. Com “The Last Resort” (vinil) de Trentemøller, as notas electrónicas percorrem o palco como meninos rabinos, com “Obverse” (vinil) também de Trentemøller as vozes de Rachel Goswell (Slowdive) ou Jenny Lee (Warpaint) surgem-me à frente como nunca aconteceu. Ao ouvir o CD “Matané Malit” de Elina Duni Quartet, quase que dá para entender aquelas doces palavras albanesas.
Eu até preferia que o Nuprime Pure AC-4 conseguisse andar próximo. Eu até preferia viver sem este caixote gigante que ficou curto em alguma beleza, mas já não consigo. Voltar a ligar tudo à parede tornou-se verdadeiramente impensável.
Um transporte é basicamente um leitor de CD sem DAC. Um DAC é o que converte o sinal digital para um sinal analógico que podemos ouvir transmitido pelas colunas, depois de devidamente amplificado. Neste caso foi utilizado um Ayon S-10 II. Mas mais uma vez a atenção estava essencialmente nas colunas Apertura Edena Evolution. Bem tento levar coisas diferentes. mas não há nada que toque mal, é impressionante. Na Ultimate Audio.
Audição de um gira-discos Dr. Feickert Volare com braço Jelco — empresa com 100 anos, encerrada recentemente como consequência da Covid-19 —, e agulha Audio Technica OC9 com alguns anos. Foram utilizados dois pré-amplificadores phono, primeiro um Sonneteer Sedley com quase 20 anos e depois, um Elac PPA2 novo. A diferença que faz um pré-amplificador… ligar o Elac é como abrir a janela e deixar entrar ar para o som circular por ali. É uma diferença enorme. Mas não consta que o Sonneteer Sedley seja má máquina e antes do Elac estava a tocar bem… mas depois da janela abrir, não voltou a fechar. Foi na Ultimate Audio.
A música por ordem: