…Matthew Halsal, Fletcher Moss Park. Os candeeiros são os Varmblixt a Ikea, com design de Sabine Marcelis. Ainda bem que consegui dois, porque são muito bonitos e criam um ambiente magnífico para ouvir música.
…Matthew Halsal, Fletcher Moss Park. Os candeeiros são os Varmblixt a Ikea, com design de Sabine Marcelis. Ainda bem que consegui dois, porque são muito bonitos e criam um ambiente magnífico para ouvir música.
Por algum motivo e com experiência da diferença dramática que existe no som de equipamento para equipamento, ouvi o Ayon CD-35 II HF “Vs.” o Luxman D-07X, que toca magnificamente. Mas o Ayon toca melhor. E assim ficou.
Foram fabricados 50 desta versão, o meu é o 12. E pelas primeiras audições já deu para perceber que tenho 1.200-1.300 CDs novos… É uma pena que mais de metade deles já não me interessam — do que ouço actualmente e ecleticamente, tenho comprado essencialmente vinil.
Eu sabia que cada um dos monoblocos T+A M 40 HV era constituído por dois amplificadores distintos (além de três fontes de alimentação, entre outras coisas), mas se sabia já não me lembrava — é que também podem ser configurados para alimentarem as colunas em modo de bi-amplificação.
Desta vez tive a oportunidade de experimentar os novos Crystal Cable Ultra 2 Diamond para coluna e por si só, fiquei com a sensação que nunca o sistema tocou tão aberto — e não fui só eu. Estava a célula Hana MH instalada e já se notava. Quando se voltou a calibrar a DS Audio DS 003, foi evidente. Estes cabos serão portadores dos melhores agudos já ouvidos aqui e em termos gerais, comecei a ter dúvidas se não serão os melhores cabos que já experimentei. Até agora, os que mereceram essa distinção, embora não uma decisão final, foram os Siltech Crown Prince. Que por sorte, ainda estavam disponíveis para comparar.
Ao ler distraidamente o manual do T+A M 40 HV, vejo a questão da bi-amplificação, que é uma característica praticamente única em equipamentos deste tipo e resolvi experimentar com os Crystal Cable Ultra 2 Diamond para altas frequências e os Kimber Monocle XL para as baixas. Tem de estar em modo High Current que é o que utilizo habitualmente e mudar um pequeno interruptor para bi-amp. Utilizam-se os quatro terminais em cada amplificador, tal como nas colunas, retirando os jumpers. Toca belissimamente. Muito me vou admirar se os Siltech Crown Prince a substituir os Crystal Cable Ultra 2 Diamond tocarem melhor. (Antes substitui os Kimber Monocle XL pelos Siltech Crown Prince e não notei diferença — refiro-me às baixas frequências.)
Escolhi a Sarah Jaroz — Build Me Up From Bones e a música Over the Edge. Seguiu-se Prince — The Truth e as músicas The Truth e Don’t Play Me, depois Dead Can Dance — Spiritchaser e Song of the Stars. Andei para trás e para a frente, liga e desliga e, raios, os Siltech Crown Prince tocam melhor.
Sozinhos os Crystal Cable Ultra 2 Diamond tocam muito bem, mas comparados, tendem para algum brilho excessivo. Os Siltech Crown Prince integram muito melhor os médios e agudos das Raidho TD 3.8, além disso, francamente também parece que vão buscar ainda mais detalhe. Pronto, já preciso de um gin…
Entretanto o tempo foi passando e continuei na mesma configuração bi-amp, Kimber Monocle XL para as baixas frequências, Siltech Crown Prince para as frequências médias e altas. Toca super. Fui escolhendo discos que já não ouvia há uns tempos e é uma diferença abissal. Alguns marcantes mesmo, como Marlon Williams — Make Way For Love, a música I Know a Jeweller, incrível.
Comprei mais uma série de discos e ouvi-los no “novo sistema” foi uma experiência.
O Ultra High Quality Record dos Steely Dan, passou a ser com a maior das facilidades um dos melhores discos que tenho. Já tinha de alguma forma decidido que não ia comprar mais nenhum UHQR devido ao preço inacreditável (passa os 200,00€), mas de facto são discos que estão uns furos acima de todos os outros. As edições normais da Analogue Productions, designadamente The Doors 45RPM, também costumam ser extremamente boas e apesar de tudo mais acessíveis.
Agora estou à espera para estar disponível o seguinte equipamento para experimentar nesta configuração e praticamente fica decidida a questão dos cabos de coluna. Mantenho os Kimber Monocle XL e adiciono os extraordinários Siltech Crown Prince:
Se a Entreq fizer o que já fez anteriormente, vou ficar satisfeito.
E fez, mais até de forma nada subtil, é algo imediatamente notório. A Entreq silencia o ruído que persiste, trazendo todo o detalhe para a frente, extrapolando a dinâmica, abrindo ainda mais a música que verdadeiramente dança no palco. As vozes ficam lindas, com uma presença fantasmagórica. Ouvi tudo o que pude e me lembrei, os suspeitos do costume e outros, Moby — Reprise, as músicas Extreme Ways, Heroes e Lonely Night; Tindersticks — The Waiting Room, Lucinda, We Are Dreamers e Were We Once Lovers?; Prince — The Truth, The Truth e Don’t Play Me; Cleo Sol — Rose in the Dark, One Love e Why Dont You… Johnny Cash é uma coisa louca, FKA Twigs, Stan Getz e João Gilberto, Max Richter e muitos mais, variei, tentei diversos estilos não há nada que toque mal. Ouvi música até ser de dia. Em algumas destas músicas, por exemplo Heroes, ou Lucinda, dei por mim a engolir em seco entre o pasmado e emocionado. Na Heroes, só um defeito no disco me acordou do transe emocional para que me deixei arrastar. O mais chocante é um disco como Cowboy Junkies — The Trinity Session, do qual tenho quatro versões incluindo a prensagem original inglesa. Ouvir a versão da Analogue Productions neste sistema, é voltar a descobrir (outra vez).
Eu nunca imaginei que um dia ouvira assim a música, com esta nitidez objectiva e carga emocional subjectiva. Quando entrei pela primeira vez na Ultimate Audio para comprar um Technics SL-1200G, pensava lá em ter um SL-1000R e o resto. Era detentor de um cepticismo ignorante relativamente (claro) aos cabos, mas também ao “tocar bem”. Eu achava que a partir de um determinado preço (ridículo em face do que tenho hoje) tudo tem obrigação de tocar bem — que em si próprio foi um conceito que mudou para mim e evoluiu até um nível que eu nem julgava possível. E toca super-bem, mas as diversas combinações e detalhes fazem toda a diferença. E a sala, qualquer sala, é metade da festa — para o pior (mais comum) ou para o melhor.
O que mais me tem surpreendido é a questão dos cabos, a diferença que fazem em diferentes sistemas. O mesmo cabo não serve todos os equipamentos da mesma forma, é preciso ouvir — um caso notório aqui foi eu ter cabos Esprit Audio em todas as interligações e não me terem servido para ligação às colunas, para o tipo de som que procuro. Também reparei que todos têm tendência a tocar melhor quanto mais caros são, é uma maçada. Ainda há pouco vi na Stereophile uma aparelhagem de um milhão de dólares em que 330.000 eram de cabos Crystal Cable.
Do que eu nem sequer sabia que existia, destaco claro a regeneração de corrente Torus Power, é uma diferença imediata, mal aqui entrou já não saiu. E agora as caixas de terra de sinal da Entreq, são detalhes entre o muito bom e o mesmo muito bom. Sinceramente, ainda tive esperança que não fizesse diferença nenhuma e ligado com dois cabos, não fez. Ligado apenas ao SoulNote E-2, quer dizer, é impossível. Descobrir este mundo tem-me dado imenso prazer, sem ser exaustivo nem obcecado, é uma coisa que eu gosto. Mas às vez é desconcertante, no caso da Entreq, afinal o que é que eu estava a ouvir antes? Não sei, mas soava bem. Ficou melhor.
E agora vou ouvir Matthew Halsall — Salute to the Sun, espero grande sonido. Ele vai começar uma série de concertos na Europa, pode ser que passe pelo nosso país, é um músico incrível e a sua editora Gondwana Records, a minha grande descoberta dos últimos anos. É de comprar praticamente todos os discos.
Uma convincente demonstração que resulta melhor com auscultadores. Além da diferença sonora, pode-se acompanhar com os olhos o movimento da célula Grand Master, que é por demais evidente.