Hoje em dia já ninguém lá vai, aquilo está cheio de gente

Artigos etiquetados “cinema 2024

Cinema em Outubro

Publicado em 30/10/2024

The Old Oak (2023) (92)

É um filme de emoções e gostei muito, mas uma palavrinha para Paul Lavertym o argumentista — os ingleses andam há séculos do lado errado da história, a minar e a conspirar contra tudo e contra todos — ainda está fresco na memória o que foi a presença deles na UE. O “regime sírio de Assad”, junto com o Hezbollah e a Rússia, foram os grandes responsáveis de se ter salvo alguma coisa da Síria, designadamente os Cristãos, da destruição que foi programada e promovida pelo “regime americano”, o “regime inglês”, o “regime israelita” e os regimes fantoches europeus seus aliados, já para não falar da sua mais grotesca criação, o “estado islâmico”. Enquanto escrevo, o “regime israelita”, mais uma extraordinária criação inglesa, está a bombardear Damasco (além de Beirute e outras cidades no Líbano, Gaza, a Cisjordânia e o Iemén). Em português “O Pub de Old Oak”. Realizado por Ken Loach.
☆ ☆ ☆ ☆ ½

Paradies: Liebe (2012) (93)

Em português “Paradise: Love”. Realizado por Ulrich Seidl.
☆ ☆ ☆ ☆

Paradies: Glaube (2012) (94)

Em inglês “Paradise: Faith”. Realizado por Ulrich Seidl.
☆ ☆ ☆ ½

Paradies: Hoffnung (2013) (95)

Os filmes austríacos têm uma qualidade — que para mim é um defeito —, que é conseguirem mostrar a realidade ainda pior do que a imaginamos. Muito pior. De Ulrich Seidl sou capaz de ter terminado; filmes dos outros austríacos também (Haneke, têm de me cobrir de ouro para voltar a ver um filme dele), só se for algo mesmo fora de série. Vi a trilogia por ordem, mas não há realmente uma ordem, se tivesse visto noutra, a classificação de cada um mudaria — mantendo-se o gostar mais do primeiro do que do último. Em inglês “Paradise: Hope”. Realizado por Ulrich Seidl.
☆ ☆ ☆

L’Amour et les Forêts (2023) (96)

Não é um filme fácil, o actor (Melvil Poupaud) foi bem escolhido para um personagem particularmente repelente — e para mim, muito antes de se tornar realmente repelente no ecrã. Nunca deixa de me pasmar a quantidade de mulheres que gosta de homens peganhentos e narcisistas. E também aquela habilidade especial de se corrigir um erro com outro, ou uma série deles. Em português “Só Nós Dois”. Realizado por Valérie Donzelli.
☆ ☆ ☆ ☆

À Plein Temps (2021) (97)

Uma mulher aparentemente mestre em economia, trabalha como camareira chefe num hotel de cinco estrelas, vê-la a correr de um lado para o outro em dias de greve dos transportes, com uma horrível música de fundo, não chega para fazer um bom filme. Mãe sozinha um dos grandes temas do cinema contemporâneo, para não variar muito, cheia dificuldades económicas, não deixa de gastar dinheiro em coisas supérfulas — como um trampolim para o filho pelo aniversário onde o miúdo (spoilers) acaba por partir o braço. Eu sei que muita gente se identifica com estas situações, mas francamente, é um filme fraquinho. Em português “A Tempo Inteiro”. Realizado por Eric Gravel.
☆ ☆ ½

Kaymak (2022) (98)

Um filme super-estranho, até pouco convencional, mas gostei. E não é todos os dias que vejo um filme passado na Macedónia. Não conhecia o realizador que aparentemente tem “uma das melhores estreias da história do cinema” com Before the Rain (Pred Dozhdot, não tem título em português), que irei ver a seguir. Realizado por Milcho Manchevski.
☆ ☆ ☆ ☆

Pred Dozhdot (1998) (99)

Começo a achar que a Macedónia é um país encantador… (Nem por isso.) Este é o primeiro filme de Milcho Manchevski, considerado pela crítica um dos primeiros melhores filmes de sempre. E tem bons pormenores, designadamente o círculo completo da história — nesse sentido, o título é excelente e não vou revelar porquê. Mas nunca gosto muito de filmes que mostram crueldade com animais, simulada ou real. Em inglês “Before the Rain”. Realizado por Milcho Manchevski.
☆ ☆ ☆ ½

The Substance (2024) (100)

Em português “A Substância”. Realizado por Coralie Fargeat.

The English Patient (1996) (101)

Em português “O Paciente Inglês”. Realizado por Anthony Minghella.
☆ ☆ ☆ ☆ ½

Il Gattopardo (1963) (102)

Em português “O Leopardo”. Realizado por Luchino Visconti.
☆ ☆ ☆

Pretty Maids All in a Row (1971) (103)

Realizado por Roger Vadim.
☆ ☆ ☆ ☆

Gräns (1963) (104)

Em português “Na Fronteira”. Realizado por Ali Abbasi.
☆ ☆

The Big Short (2015) (105)

Em português “A Queda de Wall Street”. Realizado por Adam McKay.
☆ ☆ ☆ ½

Cinema em Setembro

Publicado em 30/09/2024

Support the Girls (2018) (86)

Em português “Ajudem as Miúdas”. Realizado por Andrew Bujalski.
☆ ☆

Kaibutsu (2023) (87)

Apesar de ser bom e ter gostado, deve ter sido o filme de Kore-eda que menos gostei. Em português “Culpado – Inocente – Monstro”. Realizado por Hirokazu Kore-eda.
☆ ☆ ☆ ☆

Amanda (2022) (88)

Realizado por Carolina Cavalli.
☆ ☆ ☆

Rien à Foutre (2021) (89)

Em português “Geração Low-Cost”. Realizado por Julie Lecoustre e Emmanuel Marre.
☆ ☆ ☆

The Left Handed Gun (1958) (90)

Baseado numa peça de Gore Vidal, podia ser melhor. Em português “Vício de Matar”. Realizado por Arthur Penn.
☆ ☆ ☆ ½

Un Métier Sérieux (2023) (91)

Em português “Uma Profissão Séria”. Realizado por Thomas Lilti.
☆ ☆ ☆ ☆

Cinema em Agosto

Publicado em 31/08/2024

Plein Soleil (1960) (72)

Em português “À Luz do Sol”. Realizado por René Clément.
☆ ☆ ☆ ☆

Desert Fury (1947) (73)

Em português “A Filha do Pecado”. Realizado por Lewis Allen.
☆ ☆ ☆ ☆

Female on the Beach (1955) (74)

Em português “A Casa da Praia”. Realizado por Joseph Pevney.
☆ ☆ ☆ ½

His Kind of Woman (1951) (75)

Em português “Redenção”. Realizado por John Farrow e Richard Fleischer.
☆ ☆ ☆ ☆

Dangerous Crossing (1953) (76)

Em português “Camarote B-18”. Realizado por Joseph M. Newman.
☆ ☆ ☆ ☆ ½

The Last of Sheila (1973) (77)

Em português “A Charada da Morte”. Realizado por Herbert Ross.
☆ ☆ ☆ ☆

À Bout de Souffle (1960) (78)

Dizem que é o primeiro filme da Nouvelle Vague, mas o primeiro foi anos antes com Le Beau Serge (1958) de Claude Chabrol. Truffaut vai mais atrás, ao filme americano Little Fugitive (1953) realizado por Ruth Orkin, Ray Ashley e Morris Engel, como sendo o responsável pela nova vaga francesa. Apesar de ser um filme importante e de culto para muito boa gente, para mim, não chega às quatro estrelas. Em português “O Acossado”. Realizado por Jean-Luc Godard.
☆ ☆ ☆ ½

Brighton Rock (1948) (79)

Em português “Morte em Brighton”. Realizado por John Boulting.
☆ ☆ ½

Kansas City Confidential (1952) (80)

Em português “O Segredo dos Quatro”. Realizado por Phil Karlson.
☆ ☆ ☆ ☆

Adam (2019) (81)

Realizado por Maryam Touzani.
☆ ☆ ☆ ☆

Ohayô (1959) (82)

A tradução apresentada pelo Filmin, mais uma vez, parece ser do mais básico que pode existir — entreguem isso à “inteligência artificial”, ficaria infinitamente melhor. Talvez por isso, gostei menos do que previsto. Em português “Bom Dia”. Realizado por Yasujirô Ozu.
☆ ☆ ☆ ½

The Notebook (2004) (83)

Em português “O Diário da Nossa Paixão”. Realizado por Nick Cassavetes.
☆ ☆ ☆ ½

Mikey and Nicky (1976) (84)

Em português “Jogo Mortal”. Realizado por Elaine May.
☆ ☆ ☆

Yu Jian Ni (2022) (85)

Este filme apesar de ter ecos do cinema americano, acaba por ser diferente do habitual. Se fosse mais uma comédia romântica de Hollywood, levava uma estrela. Mas, gostei de ver a China de hoje, além de ter alguns muito bons momentos. E acaba de uma forma que um filme americano habitualmente evita. Em inglês “Almost Love”. Realizado por Luo Luo.
☆ ☆ ☆

Cinema em Julho

Publicado em 31/07/2024

La Bête (2023) (62)

Em português “A Besta”. Realizado por Bertrand Bonello.
☆ ☆ ☆

L’été Dernier (2023) (63)

Realizado por Catherine Breillat.
☆ ☆ ☆ ☆

Molly’s Game (2017) (64)

Em português “Jogo da Alta-Roda”. Realizado por Aaron Sorkin.
☆ ☆ ☆ ½

Vanskabte Land (2022) (65)

Em português “Terra de Deus”. Realizado por Hlynur Pálmason.
☆ ☆ ☆ ½

La Passion de Dodin Bouffant (2023) (66)

É um filme agradável, daqueles que embora ficcionais imprimem às personagens uma credibilidade que as faz reais, muito bem filmado e com uma fotografia excelente, tirando partido (aparentemente) de horas de filmagem e de luz ideais, mas acaba por não chegar realmente a nenhum lado. Em português “O Sabor da Vida”. Realizado por Anh Hung Tran.
☆ ☆ ☆ ½

Sunshine (2007) (67)

Em português “Missão Solar”. Realizado por Danny Boyle.
☆ ☆ ☆

Mishehu Yohav Mishehu (2007) (68)

Em português “Alguém Vai Amar Alguém”. Realizado por Hadas Ben Aroya.
☆ ☆

Furiosa: A Mad Max Saga (2024) (69)

Dentro do esperado, para o género, é bom. Em português “Furiosa: Uma Saga Mad Max”. Realizado por George Miller.
☆ ☆ ☆ ☆

La Piscine (1969) (70)

Já não há filmes assim. Em português “A Piscina”. Realizado por Jacques Deray.
☆ ☆ ☆ ☆

Zola (2020) (71)

Realizado por Janicza Bravo.
☆ ½

Cinema em Junho

Publicado em 29/06/2024

How to Have Sex (2023) (53)

É uma história que acontece todos os dias, está a acontecer neste momento, uma “primeira vez” memorável, com o indivíduo mais imprestável que aparece à frente. Para filme, é pouco, mas o Reino Unido, entre a emigração e nativos deste calibre, tem o futuro assegurado e é brilhante. Em português “How to Have Sex – A Primeira Vez”. Realizado por Molly Manning Walker.
☆ ☆ ☆

The Big Combo (1955) (54)

Costumo gostar imenso de “film noir”, mas este parece-me bastante fraco. Em português “Rajada de Morte”. Realizado por Joseph H. Lewis.
☆ ☆ ☆

Fort Apache the Bronx (1981) (55)

Além de Paul Newman, tem a fenomenal Pam Grier num papel super secundário. Realizado por Daniel Petrie.
☆ ☆ ☆ ½

L’ultima notte di Amore (2023) (56)

Em português “A Última Noite em Milão”. Realizado por Andrea Di Stefano.
☆ ☆ ☆ ½

The Long, Hot Summer (1958) (57)

Em português “Paixões Que Escaldam”. Realizado por Martin Ritt.
☆ ☆ ☆ ☆

Cat on a Hot Tin Roof (1958) (58)

Em português “Gata em Telhado de Zinco Quente”. Realizado por Richard Brooks.
☆ ☆ ☆ ☆

Kitoboy (2020) (59)

Em português “Kitoboy – O Salto do Baleeiro”. Realizado por Philipp Yuryev.
☆ ☆ ☆ ½

La Nuit du 12 (2022) (60)

Em português “A Noite do Dia 12”. Realizado por Dominik Moll.
☆ ☆ ☆ ½

Io Capitano (2023) (61)

Filme extraordinário que certamente irá despertar sentimentos e opiniões contraditórias, designadamente a minha, em contradição com quem defende a invasão da Europa por migrantes de todo o lado e anda sempre em luta, contra tudo o que é europeu e civilizacionalmente nosso — e o que é nosso é praticamente desde a roda (passe o exagero) aos medicamentos modernos. Quem quer lutar, tem neste filme muitas sugestões para a luta, em África, designadamente as razões que fazem as pessoas querer sair de lá, dos lugares onde nasceram, onde têm as suas raízes, família e tudo o que conhecem. E se não gostarem, podem ainda lutar contra os traficantes de seres humanos, a corrupção omnipresente, os esclavagistas (literalmente, há mais hoje do que no “tempo da escravatura”), a tortura, a violência sem quartel, a discriminação, o racismo, a falta de cuidados de saúde… Enfim, não falta luta. Mas as “causas” na Europa e no Ocidente em geral, não comportam qualquer risco, portanto lutam de forma empaticamente suicida, pela destruição das nossas instituições — que demoraram séculos a construir — e que em última análise é aquilo que atrai os migrantes — se a Europa fosse o far west, sem rei nem roque, se calhar não vinham. A banda sonora, com música da zona do Senegal e do Mali, é outro triunfo. É um filme que vale a pena ver. Em português “Eu Capitão”. Realizado por Matteo Garrone.
☆ ☆ ☆ ☆ ½