The Swimmer (1968) (37)
Pode-se dizer que nunca vi nada igual, nem parecido, a meia estrela é por isso e pela incrível história. É um drama surrealista, uma alucinação do início ao fim, não se sabendo exactamente o que leva ao início, mas suspeitando que só pudesse acabar da forma que acabou. Um homem (Burt Lancaster) surge de calções de banho pela floresta e vai ter a casa de uns amigos que aparentemente não o viam há imenso tempo e mergulha na piscina. Ao saber que um dos vizinhos também construiu uma piscina, concluiu que poderia nadar até casa, de piscina em piscina, como se fosse num rio. É baseado na história The Swimmer de John Cheever, publicada na revista New Yorker em 18 de Julho de 1964. A filmagem foi atribulada, o realizador Frank Perry acabou despedido e o filme foi terminado por Sydney Pollack (sem créditos) que subtituiu alguns actores e filmou algumas cenas. Diz-se que para o final, Burt Lancaster pagou $10.000USD do seu bolso para que as filmagens pudessem acabar. Em português “Mergulho no Passado”. Realizado por Frank Perry.
☆ ☆ ☆ ☆ ½
High Noon (1952) (38)
Em português “O Comboio Apitou Três Vezes”. Realizado por Fred Zinnemann.
☆ ☆ ☆ ☆
To Leslie (2022) (39)
Gostei imenso. É uma história muitas vezes contada, mas aqui está mesmo bem contada. Em português “Para Leslie”. Realizado por Michael Morris.
☆ ☆ ☆ ☆ ½
Hope Gap (2019) (40)
Fico sempre desapontado quando numa tradução de “retreat from Moscow”, num contexto de invasões napoleónicas, se lê “o abrigo de Moscovo”. São tradutores que não sabem sequer o que estão a ouvir. Brevemente serão todos substituídos por um qualquer ChatGPT, é uma profissão sem qualquer futuro. Em português “Uma Réstea de Esperança”. Realizado por William Nicholson.
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Moskva Slezam Ne Verit (1980) (41)
Ganhou o Óscar para o melhor filme estrangeiro e diz-se que foi o filme que mudou a opinião de Ronald Reagan sobre a Rússia, de “império do mal” para “eles afinal são como nós e podemos ser amigos”. Claro que a casa branca já não tem um homem como Ronald Reagan desde Ronald Reagan e pior que o que lá está agora, será virtualmente impossível (mas nunca fiando). Em português “Moscovo Não Acredita em Lágrimas”. Realizado por Vladimir Menshov.
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1984 (1984) (42)
Parece-me algo fraco, mas mesmo quem não leu o livro não pode deixar de pasmar com o que é semelhante ao que vivemos hoje. A grande diferença é o “estado totalitário” vs. “estado democrático”, mas o resto? É linda a destruição das palavras que está em curso, com os “portugueses” e “portuguesas”, com o dito acordo ortográfico rapidamente abraçado pelos habituais sectores e com as mentiras que são hoje permanentes; nesse sentido “a ignorância é força”, no filme a ignorância é imposta, no nosso sistema é uma ignorância ainda pior por ser voluntária; o que leva a algo que qualquer um pode observar, se quiser — “quem controla o passado, controla o futuro; quem controla o presente controla o passado”; e a guerra não é para ganhar, mas para ser contínua (ou pelo menos, no caso presente, para prolongar o mais possível desde que os seus promotores arrisquem pouco e ganhem muito); etc, etc. Realizado por Michael Radford.
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Inherent Vice (2014) (43)
Chego à conclusão que não gosto demasiado de realizadores estilizados como Paul Thomas Anderson — de Tim Burton cansei-me, Tarantino já não suporto, Wes Anderson já me satura… Em português “Vício Intrínseco”. Realizado por Paul Thomas Anderson.
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Un Beau Matin (2022) (44)
Nunca me desilude a Mia Hansen-Løve, mais um filme incrível. A moral da história é que colhemos o que semeamos, nem sempre, mas a maior parte das vezes. A Léa Seydoux está por todo o lado e cada vez melhor. Em português “Uma Bela Manhã”. Realizado por Mia Hansen-Løve.
☆ ☆ ☆ ☆ ½
Tár (2022) (45)
Não é habitual eu rever um filme passado tão pouco tempo, revi este porque não só é muito bom, como fiquei com a sensação que vários detalhes me tinham escapado. E é verdade, escaparam, não vou me alongar para não dizer demais. Apesar de dar a mesma avaliação, ainda gostei mais de ver esta segunda vez e acrescento que a primeira foi no cinema, a segunda em casa. Realizado por Todd Field.
☆ ☆ ☆ ☆ ½
Je Tu Il Elle (1974) (46)
Realizado por Chantal Akerman.
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La Loi du Marché (2015) (47)
É o primeiro da “trilogia do trabalho” e planeava ver os três, mas perdi o interesse. Em português “A Lei do Mercado”. Realizado por Stéphane Brizé.
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Hilma (2022) (48)
É um projecto familiar, com a mulher e a filha do realizador, mas pouco mais. Realizado por Lasse Hallström.
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Grey Gardens (1975) (49)
Documentário sobre Edith Ewing Bouvier Beale e a filha Edith Bouvier Beale, cujos únicos feitos aparentemente foram viver numa mansão que negligenciaram até uma decadência selvagem traduzida no jardim transformado numa autêntica selva ao ponto de as autoridades lhes dizerem, ou limpam, ou são postas fora; a filha ser prima direita de Jacqueline Onassis que acabou por pagar a limpeza e as obras na casa; e serem completamente excêntricas. Há um outro documentário de 2006, The Beales of Grey Gardens, que parece ser com filmagens não utilizadas neste. Ia ver, mas perdi o interesse. Realizado por Ellen Hovde, Albert Maysles e David Maysles.
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