You have no idea how stand-offish I can be with people I don’t love. I have brought it to a fine art. But you have broken down my defences. And I don’t really resent it.
—Vita Sackville-West, carta para Virginia Woolf, 21 de Janeiro de 1926
You have no idea how stand-offish I can be with people I don’t love. I have brought it to a fine art. But you have broken down my defences. And I don’t really resent it.
—Vita Sackville-West, carta para Virginia Woolf, 21 de Janeiro de 1926
Your task is not to seek for love, but merely to seek and find all the barriers within yourself that you have built against it.
—Helen Schucman, A Course in Miracles, New Leaf, 2008
Action is hope. At the end of each day, when you’ve done your work, you lie there and think, Well, I’ll be damned, I did this today. It doesn’t matter how good it is, or how bad—you did it. At the end of the week you’ll have a certain amount of accumulation. At the end of a year, you look back and say, I’ll be damned, it’s been a good year.
—Ray Bradbury, The Art of Fiction No. 203 (via 3-2-1)
I know now, after fifty years, that the finding/losing, forgetting/remembering, leaving/returning, never stops. The whole of life is about another chance, and while we are alive, till the very end, there is always another chance.
—Jeanette Winterson, Why Be Happy When You Could Be Normal?, Grove Press, 2013 (via 3-2-1)
Em cinema não foi mau, se exceptuarmos o facto de ter visto apenas um no cinema (Bones and All). Não me importo, porque tenho óptimas condições para o meu gosto. O filme que gostei mais… é sempre difícil… mas destaco por exemplo Martha Marcy May Marlene, Decisão de Partir, o meu ciclo Éric Rhomer, Les Salauds, Corpo e Alma, Murina (estes dois de duas realizadoras a seguir de perto Ildikó Enyedi e Antoneta Alamat Kusijanovic), claro que também A Pior Pessoa do Mundo e o meu único cinco estrelas do ano Oslo, 31. August (ambos de Joaquim Trier, que passou a um dos meus realizadores favoritos), 303 e por fim o documentário Echo In the Canyon.
Foi um ano fraco para séries televisivas. Vi muito poucas, vou-me dedicar mais ao assunto para o ano.
Em 2023 não vou fazer a lista de discos que compro, dá demasiado trabalho e não me serve para muito. Que discos destacar… Matthew Halsall & The Gondwana Orchestra, especialmente Into Forever que é mesmo um disco maravilhoso. Todos da Gondwana Records e muito mais, foi um bom ano. Compro menos da Blue Note, designadamente Tone Poets, porque o espaço começa a faltar e o tempo parece cada vez menos. Comprei mais de 200 discos, considerando as caixas e que mais de metade são duplos, são seguramente mais 400 discos para ouvir. Em 2023 quero comprar menos discos, mas estão sempre a aparecer coisas interessantes.
Mesmo assim vou fazer um mini top, não necessariamente de títulos relevantes em 2022, apenas relevantes para mim:
E há alguns que se fosse hoje não teria comprado, Alisson Krauss, Robert Plant — Raise the Roof, Rolling Stones — El Mocambo, Rolling Stones — Licked Live in NYC, Neil Young — After the Gold Rush 50th Anniversary (pelo preço estúpido), Doug Carn, Ali Shaheed Muhammad & Adrian Younge — Jazz Is Dead 5, Jason Isbell and the 400 Unit — Reunions, Kurt Vile – (Watch My Moves), Martin L. Gore — Counterfeit EP, Tim Hecker — The North Water Original Score, Yello — Point, mais uns CDs dos baratos (não é significativo) e pouco mais. Gostava de acertar em todos, mas é pouco provável.
Uma das surpresas negativas foi ter descoberto que não há reedição ou remasterização em vinil que chegue à edição original do país de origem. As master tapes estão novas, o trabalho sendo bem feito, dificilmente voltará a ser igualado 40 ou 50 anos depois, já com a fita a acusar a idade — ou seja, degradada, designadamente nas frequências mais altas e mais baixas — os detalhes que fazem a diferença e enchem de ar uma gravação. Eu achava, até pelo preço dessas reedições, que seriam superiores — mas nem o Thriller de Michael Jackson One-step da Mofi, supera a primeira edição americana. E a mesma Mofi, também esteve envolvida no escândalo dos discos totalmente analógicos que afinal quase sempre foram digitais. E ironicamente essa lebre que os insiders quase de certeza sempre souberam, foi levantada exactamente pelo One-step do Michael Jackson e a quantidade prensada, 40.000. O que teoricamente obrigaria a 40 passagens das master tapes, isto se não existissem erros. Enfim, o mercantilismo americano no seu pior.
Na frente Hi-fi, tudo bem, a aparelhagem deu um salto enorme. Para o ano quero novos cabos de coluna Siltech, a caixa de terra de sinal Entreq, experimentar também da Entreq um kit de terra de sinal de ligação às colunas… e talvez a máquina de limpeza Degritter Mark II. Como já sei o efeito dos dois primeiros, ficava satisfeito só com isso. A ver vamos que crise se vai instalar em 2023…
Saídas, praticamente nenhumas. Fui à Holanda o que foi excepcional (e graças a Deus, excepcionalmente bom) e gostei muito de ter ido ver a Jenny Hval a Espinho.
Acho que li poucos livros, embora tenha lido muito de outras coisas. Não consegui manter o ritmo do ano passado e acabei a ler bastante “não ficção”. Gostei muito do How to Change Your Mind de Michael Polan. Na ficção gostei de All My Friends Are Going to Be Strangers de Larry McMurtry. E ainda estou a ler “Mapas do Sentido” de Jordan Peterson, que é enorme com longas passagens que me interessam e outras tantas que me interessam menos. E foi assim, esta parte que documento do meu ano.