É como habitualmente uma leitura agradável, que rapidamente atinge um ritmo frenético, infelizmente a autora começa a perder-se já perto do final. Claro que hoje em dia, tudo em que Ferrante toca, transforma-se em ouro.
Os adultos são pessoas muito pouco recomendáveis, mas francamente, os seus filhos não são melhores. Tudo se perpetua e repete até ao infinito.
Para quem leu o quarteto de romances napolitanos, reconhece-os aqui sem dificuldade. A parte alta e baixa da sociedade italiana (napolitana), a gente chã e os intelectuais da esquerda manhosa sempre aspirando a muito mais, as mulheres bonitas e as feias, os homens altos de ombros largos — incluindo sempre o particularmente carismático, aquelas personalidades paradoxais — Giovanna faz lembrar Lila por vezes, Lenú por outras —, aquelas famílias, os lugares… a verdade é que não acrescenta muito, é derivativo e no fim, fica longe do melhor de Elena Ferrante.
Não posso dizer que não gostei, mas também não posso dizer que gostei. Foi melhor a viagem, estar em movimento, do que chegar ao destino A beleza de Giovanna, que aos 12 anos apanhou o pai a dizer à mãe que ela se estava a tornar feia como a tia Vittoria, está nos olhos de quem a vê.