Nos jardins de Waddesdon Manor, Joana Vasconcelos instalou o Wedding Cake, uma escultura de 12 metros que me faz pensar nas palavras “é tão mau, que é bom”. Mas seria injusto, não é mau e está muito bom. Os “verdadeiros artistas” portugueses, da paupérrima esquerda que temos em gosto e arte, não apreciam (estou a ser simpático) Joana Vasconcelos, que acusam de ser a “artista do regime”, o que traduzindo em linguagem corrente quer dizer que eles gostavam de ser os “artistas do regime”, vulgo a manifestação daquela grande qualidade portuguesa que é a inveja.
Esta escultura é espantosa — eu chamo-lhe escultura, embora seja mais um “pavilhão escultural” —, demorou cinco anos a fazer e é um acto de grande ousadia tanto de Joana, como de Lord Jacob Rothschild, um risco que compensou. O trabalho da empresa Viúva Lamego, que manufacturou os 25.000 azulejos e provavelmente muitos dos ornamentos, é simplesmente magnífico.