Druk (2020) (31)
Mads Mikkelsen é um actor espectacular, com uma presença e carisma que não encontro noutro. É um filme espantoso. Em português “Mais Uma Rodada”. Realizado por Thomas Vinterberg.
☆ ☆ ☆ ☆ ☆
The Last Picture Show (1971) (32)
Custa a crer como este filme já tem 50 anos, ver o Jeff Bridges super-novo e a Cybill Shepherd super-linda. É um contínuo nó no estômago, entre as mudanças inevitáveis do terminar o secundário numa cidadezinha moribunda do Texas, o que vem de novo e a certeza de que o tempo não volta para trás e nada será como dantes — ao mesmo tempo que há a sensação de que o que é mau se perpetua. A sensação de que não se pode ter tudo e uma conquista equivale sempre a uma perda de pelo menos igual grandeza. Realizado por Peter Bogdanovich.
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Midnight Run (1988) (33)
Um dia depois de ter visto, faleceu Charles Grodin com 86 anos. Realizado por Martin Brest.
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Klute (1971) (34)
É o primeiro filme da chamada trilogia da paranoia de Alan J. Pakula. Realizado por Alan J. Pakula.
☆ ☆ ☆ ☆ ½
The Parallax View (1974) (35)
Segundo filme da trilogia da paranoia de Alan J. Pakula. O terceiro é “All the President Men”, que verei noutra época. Realizado por Alan J. Pakula.
☆ ☆ ☆ ½
Zoe (2018) (36)
Este filme tem um tom algo melancólico devido principalmente à interpretação de Léa Seydoux e à música (Cigarettes After Sex et al.), sendo mais uma tentativa de Drake Doremus ilustrar o relacionamento humano (ou, mais concretamente, a falta dele), nem que seja através de pessoas sintéticas. De uma forma ou de outra, anda tudo atrás do mesmo e todos falham miseravelmente. Nem com a nova droga do mercado que permite as sensações do “primeiro amor” — uma espécie de metáfora para a promiscuidade das apps actuais —, preenchem o vazio que se avoluma. Realizado por Drake Doremus.
☆ ☆ ☆ ½
First Cow (2019) (37)
Ainda há pouco tempo falei de Wendy and Lucy, a propósito de Nomadland e agora, vejo First Cow que também é de Kelly Reichardt — está tudo ligado.
Gostei imenso deste filme que começou passados quase dois séculos, com aquilo que terá sido o desfecho inevitável para Cookie e King-Lu. Seria um filme para cinco estrelas, mas embora entenda a subtileza de mostrar no que se tornou a América através de como tudo começou, a época em causa acaba por não me tocar. Mas sim John Magaro como Otis “Cookie” Figowitz, que escolha formidável para o papel. Realizado por Kelly Reichardt.
☆ ☆ ☆ ☆ ½
Mektoub, My Love: Canto Uno (2017) (38)
Conversa incessante, extremamente bem escrita e inacreditavelmente realista, apenas interrompida pela sequência do nascimento de duas ovelhas. Se calhar atribuí meia estrela a mais por uma espécie de nostalgia, mas gostei imenso na verdade, as três horas passaram com uma facilidade impressionante. Há quem veja e apresente La Vie d’Adèle como uma obra a favor de certas causas e será de uma perspectiva válida, outra também válida, é que já me parece há muito tempo que se trata de um espectáculo essencialmente para homens. Aqui, confirmei que Kechiche filma as mulheres de um ângulo, literalmente de vários ângulos, muito masculinos. Não tenho nada a dizer, para mim é bom. Em português Mektoub, Meu Amor: Canto Um. Fiquei com vontade de ver a segunda parte logo a seguir (aparentemente vai ser uma trilogia), Mektoub, My Love: Intermezzo. Realizado por Abdellatif Kechiche.
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